quinta-feira, 28 de maio de 2009

Delírio...?...

Ontem sonhei acordado
Um sonho meio nublado
Descompassado.
Com o passado sonhava acordado,
Com o passado.
E aquele desconhecido passado
Passava em minha frente,
Meio nublado.
Aquilo que era, meio desenfreado,
Nunca tinha vivido,
Mas sabia que em algum tempo já havia passado

(choque)

412 x 19 = 7828
“Pi” = (aproximadamente) 3,14
69 : 15,8 = 4,3670886
“Raiz quadrada de” 412 = 20,297783

Eu havia sonhado

(choque)

“teta” = Massa do soluto
Massa do soluto + Massa do solvente

Vm = Variação da quantidade de mols
O tempo gasto na variação

Ainda mais acordado,
Daquela forma,
Fora da fôrma...
Logo eu,
Fora da fôrma,
Logo um sonho.
Venham logo: UM SONHO
Logo meu
Puramente meu.

Tinha certeza que hoje não,
Mas em algum tempo já havia passado,
Fantasiado,
Podido ser sonhado.

(choque)

10 : 3 = 3,333333333333333333333333333

(acorda)

- Nada foi só um sonho ruim...
- Ah, foi só um sonho, então volta a dormir!


Adriano de Mattos Merlini

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Somewhere over the rainbow

Somewhere, over the rainbow, way up high. There's a land that I heard of Once in a lullaby.
Somewhere, over the rainbow, skies are blue. And the dreams that you dare to dream
Really do come true.
Someday I'll wish upon a star and wake up where the clouds are far Behind me.
Where troubles melt like lemon drops, Away above the chimney tops.That's where you'll find me.
Somewhere, over the rainbow, bluebirds fly. Birds fly over the rainbow,Why then - oh, why can't I?

Em algum lugar, alem do arco-iris, bem la no alto. Existe uma terra que eu ouvi certa vez numa cancao de ninar.
Em algum lugar, alem do arco-iris, os ceus sao azuis. e os sonhos que voce ousa sonhar realmente se realizam.
Algum dia eu vou desejar para uma estrela e acordar onde as nuvens estarao muito atras de mim.
Onde problemas derretem como gotas de limao, acima dos topos das chamines. Eh la que voce vai me encontrar.
Em algum lugar, alem do arco-iris, passaros azuis voam. Passaros voam alem do arco-iris, entao porque, porque eu nao posso?

Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

terça-feira, 26 de maio de 2009

SONHEI - musica de Lenine

Composição: Lenine / Ivan Santos / Bráulio Tavares

Sonhei e fui, sinais de sim,
Amor sem fim, céu de capim,
E eu olhando a vida olhar pra mim.
Sonhei e fui, mar de cristal,
Sol, água e sal, meu ancestral,
E eu tão singular me vi plural.
Sonhei e fui, num sonho à toa,
Uma leoa, água de Goa,
E eu rogando ao tempo: - Me perdoa
E eu rogando ao tempo: - Me perdoa
Sonhei pra mim, tanta paixão,
De grão em grão, verso e canção,
E eu tentando nunca ouvir em vão.
Sonhei, senti, sol na lagoa,
Céu de Lisboa, nuvem que voa,
E um país maior que uma pessoa.
Sonhei e vim, mares de Espanha,
Terras estranhas, lendas tamanhas,
E eu subi sorrindo esta montanha.
E eu subi sorrindo esta montanha.
Sonhei, enfim, e vejo agora,
Beijo de Aurora, ventos lá fora,
E eu cantando a Deus e indo embora.
E eu cantando adeus e indo embora.

(pra pensar, instigar, apreciar... Bianca)

ROTEIRO - para filmagem/fotografia/gravacao

- O que voce faz no seu tempo livre?
- Qual o melhor filme que voce ja viu?
- Qual livro voce me indicaria para eu ler?
- Tem alguem que seja um icone para voce?
- Se voce pudesse escolher trocar de lugar com alguem, quem voce seria? O que faria?
- O que eh sonho para voce?
- Qual eh o seu sonho?
- Qual eh, ao seu ver, o sonho da juventude de hoje?

"Eu posso voar"

Ela decobriu que podia voar! Nao como um passaro, nem como uma pluma; mas como so ela poderia. Flutuava no ar sempre que fechava os olhos e afirmava com um sorriso atravessado no rosto de modo a sussurar, sendo ouvida por quem quizesse ouvir “EU, posso voar”!
Ouvidos distraidos nunca pararam pra escutar aquela pequena e insignificante voz, porque esses ouvidos sabiam das mentiras sopradas pelos ventos, sabiam das reais necessidades das bocas, dos olhos, dos bolsos... Ah, esses ouvidos, nao davam ouvidos, mas ela sabia, e sabia como sabia seu proprio nome e sabia como sabia que o mundo era mundo e os ouvidos, ouvidos e as bocas, bocas e os bolsos, bolsos. Sim, ela sabia, mas bastava?
Passou a afirmar sua incrivel capacidade agora num tom mais alto “EU, posso voar”, incrivel pois nenhum outro, pelo que ela sabia, tinha conseguido assim, tao facilmente, voar como ela, mas os ouvidos continuaram a nao ouvir e as bocas continuaram a nao responder e os bolsos continuaram a nao se abrir. E ela sabia, mas ja nao tinha tanta certeza, passou a se questionar, a se perguntar, a se indagar...
Deixou a vergonha de lado, encheu o peito de ar sentindo cada molecula preencher cada alveolo de seus pequenos e fracos pulmoes e com a boca tremula e os ouvidos bem abertos tirou as maos dos bolsos abrindo os bracos pro vento e soltou com toda sua forca o poder das palavras “EU, posso voar”, foi quando tudo silenciou, ouvidos, bocas, bolsos... e ela sentiu-se pequena como nunca se sentira, sentiu-se insignificante como nunca fora e os olhos que ela sempre fechara para poder voar tremiam ao se abrir e verem que os outros olhos a olhavam espantados.
Enfim os ouvidos a ouviram, mas os olhos nao a viam, a julgavam, a negavam a culpavam e outros olhos a viam com pena, logo nao a viam; e ela nao entendia, nao sabia porque nenhum ouvido realmente a ouvia, nem porque nenhum olho realmente a via, so percebia maos e moedas saindo dos bolsos. Olhou para o chao, coisa que nunca fizera, e uma moeda rodou trilhando seu caminho ate as rodas de sua cadeira.
Finalmente entendera que ninguem a via, ouvia ou ate mesmo entendia que ela realmente podia voar. Percebera entao, que os ouvidos e bocas e bolsos nao queriam ouvi-la, nem ve-la, nem senti-la, pois ELES NAO podiam voar. E sentindo-se assim, tao especial, mas incapaz de fazer com que todos ouvidos e bocas e bolsos voassem decidiu por fim no seu dom e nunca mais fechou os olhos.
Não tenho silêncio.
Que vazio vai querer partir por amor?

Que Cinderela tem final feliz enquanto se produzem bombas atômicas?

Que sorriso é sincero dentro de um carro blindado?

Quantos loucos serão necessários para esclarecer o pensamento?

Não sei.

O relógio continua marcando o tempo e a televisão não sai mais fora do ar.

(Jonaya)


FELIPE

Felipe tem dezenove anos
estuda design gráfico e trabalha na Editora América.
No seu tempo livre joga bola
e vai ao cinema.
Diz que não tem sonhos, tem metas.
Terminar a faculdade e arranjar um bom emprego.

(eu diria que se trata de poesia concreta. Jonaya)


quintal

O meu quintal é maior que o mundo, ela leu, de algum poeta. Pensou que aquela frase poderia ter sido sua, quando era mais nova. Quando acreditava mesmo que a vida inteira cabia num quintal. Pensava hoje quem seria, depois de tanto tempo. A vontade de ficar naquele trabalho de merda, tanto esforço mental pra ficar ali, para quê exatamente? Não se lembrava mais. Sabia que era por alguma coisa. Tanto tempo para ser alguém, esse alguém que perguntam sempre, antes de qualquer outra coisa, quando nos conhecem – mas você faz o quê? Trabalha em quê? No esforço de responder-se pelo que faz, construiu-se boa parte da vida para trabalhar ali, sentada naquela mesa de tampo rosa, em frente àquele computador de merda, achando que o mundo andava conforme seu mouse, fazendo todos os esforços possíveis para continuar ali, sentada, distante do seu quintal.

Seu quintal era maior que o mundo e o seu mundo, agora, era uma titica de nada. Uma mesa, o computador. O dia escurecendo pela janela estreita. Alguns cigarros do lado de fora, nos minutos em que se dava o tempo de fumar. O esforço para estar numa vida da qual, quando leu a frase do poeta, pensou em fugir.

Mas ficou ali. Porque não adiantava nada mesmo querer mudar coisa alguma.

(Carla Kinzo)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

De resto eu não sonho, eu não vivo; sonho a vida real. Todas as naus são naus de sonho logo que esteja em nós o poder de as sonhar. O que mata o sonhador é não viver quando sonha; o que fere o agente é não sonhar quando vive. Eu fundi numa cor uma de felicidade a beleza do sonho e a realidade da vida. Por mais que possuamos um sonho nunca se possui um sonho tanto como se possui o lenço que se tem na algibeira, ou, se quisermos, como se possui a nossa própria carne. Por mais que se viva a vida plena, desmesurada e triunfante ação, nunca desaparecem o contato com os outros, o tropeçar em obstáculos, ainda que mínimos, o sentir o tempo decorrer.
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
O Universo, a Vida, seja isso real ou ilusão- é de todos, todos podem ver o que eu vejo, e possuir o que eu possuo- ou pelo menos, pode conceber-se vendo e possuindo.
Mas o que eu sonho ninguém pode ver senão eu, ninguém a não ser eu possuir. E se do mundo exterior o meu vê-lo difere do que os outros o vêem, isso vem de que do sonho meu eu ponho em vê-lo, sem querer, do que sonho meu se cola a meus olhos e ouvidos.

(Fernando Pessoa- Livro do desassossego)

... para provocar e inquietar a alma....
(Tarcila Albuquerque)

domingo, 24 de maio de 2009

No meio do palco

Havia uma menina sentada em frente a uma janela. Ela ficava a olhar durante horas aquelas pessoas que passavam, as crianças que corriam. De vez em quando saía dali e ia brincar com suas bonecas de pano e criava muitas estórias. Às vezes tocava flauta doce, às vezes brincava de cabaninha, às vezes dormia no meio do caminho. Às vezes sonhava acordada. Nas noites em que os fantasmas não param de aparecer, essa pequena corre para o teatro. Sem pedir licença entra e dá voltas, e mais voltas sem parar. Perde o fôlego. Suspira. Mergulha no meio do palco, olha as luzes, as coxias, percorre os camarins e sonhando senta na ribalta e fica a balançar os pezinhos bem devagar. Sonha acordada!
De repente ela capturava todas as fases da lua e se sentia a Julieta – tu me amas? Sei que responderás que sim e eu acreditarei em tua palavra- .
De repente, era uma bailarina azul, por ora um palhaço que voa e oferece balas aos pássaros.
De repente ela podia ser tudo que sua imaginação quisesse...
Os olhos atentos atrás da cortina esperando o início. O terceiro sinal. As cortinas se abrem. Eu me despedaço em sonhos. A melodia toca. Os olhos entram na caixa preta ou no círculo azul ou na rua cinza. Não importa. Ele acontece em qualquer lugar. Basta acenar e ele já vai entrando. Sirvo uma taça de vinho. Sirvo meus ouvidos, sentidos, boca, tato, paladar, me entrego. Depois do terceiro sinal não se cubra com casacos de veludo. Não ponha óculos escuros. Deixe os olhos sangrarem.
A vida então pede passagem para acontecer. Eu desperto. Sou provocada pela urgência. Corro, dou mais um milhão e duzentas mil voltas. Morro e vivo em uma hora e meia.
De repente a menina está novamente na janela, às mesmas pessoas passam, mas agora tudo está em tons de carambolas azuis.
Que vontade de engolir o mundo! Uma alegria transborda dentro de mim.

(Tarcila Albuquerque)

sábado, 23 de maio de 2009

BUCETA DO MUNDO
livre adaptação do prólogo de Zeitgeist

Quanto mais investigamos aquilo que julgamos conhecer, de onde viemos, aquilo que julgamos fazer, compreendemos cada vez mais que nos enganaram.
Irmãs e irmãos, vamos ler o capitulo de hoje, nosso momento sagrado, a Liturgia, a palavra da verdade do Livro da Libertação da Buceta Divina!!

E as escrituras dizem:

“Fomos enganados por todas as instituições!
O que te faz julgar por um minuto, que a religião foi a única instituição que ate hoje nunca foi penetrada?
As instituições religiosas desse mundo estão na base de toda a sujeira!
As instituições religiosas desse mundo estão lá postas pelas mesmas pessoas que te deram teu governo, tua educação corrupta, que preparam cartéis de bancos internacionais, porque os nossos mestres não dão a mínima para você e para sua família!
Tudo o que lhes preocupa é o que sempre lhe preocupou: controlar a buceta do mundo inteiro!!
Nos fomos desviados da nossa verdadeira e divina presença no Universo.
Aquele homem a quem chamamos Deus...
Eu não sei o que é Deus...
Mas sei o que ele não é!!”

Quem não estiver preparado para ouvir toda a verdade, ir até onde for preciso, independente da onde isso possa te levar!! Saia!! Levante a buceta da cadeira e saia!!

E não adianta sair, mais cedo ou mais tarde iras descobrir que está se metendo com a Buceta da Justiça Divina!!

Quanto mais te educares, mais compreenderas de onde tudo vem, mais obvias te tornarão as coisas, e comecaras a ver mentiras para todos os lados!!

Tens de saber a verdade,
Procurar a verdade
E a verdade te libertará!!